domingo, 8 de novembro de 2009

Foi Você?

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- Eu não consigo me lembrar de nada do que me aconteceu ontem!

- Deve ter sido por causa da pancada que você levou na cabeça.

- Pancada? Como assim? Do que você tá falando?... Ai! Tá doendo muito mesmo!

- O Dr. Giovanni já veio aqui e disse que não aconteceu nada de mais. No máximo vai ficar uma cicatriz que não vai dá nem pra perceber por causa do seu cabelo.

- Mas... Me diga! O que aconteceu ontem à noite? A única coisa que me lembro é que estava no aniversário da Madame Charlotte e só isso. Não me lembro de mais nada!

- Você não consegue se lembrar nem do assassinato?

- Assassinato!! Que assassinato? O que aconteceu? Anda, me fala! O George tá bem? Cadê ele? Anda, me diz!!!

- Calma Rebecca! Não aconteceu nada com nenhum parente seu. O George está na delegacia prestando depoimento sobre o caso. Ele já deve estar voltando.

- Até agora você não me disse nada de concreto! O que aconteceu? Quem foi assassinado?

- John Jordson, o marido de Charlotte! Mas é curioso que você não se lembra nem desse detalhe.

- Por quê? Não estou entendendo aonde você quer chegar, Monique!

- Simplesmente porque você era a única pessoa que estava com ele na hora do assassinato. O corpo do Sr. Jordson foi encontrado ao lado do seu dentro do escritório dele.

- O que você está insinuando com isso?

- Ora! Que você viu a pessoa que matou o Sr. Jordson!

- Mas eu não me lembro de nada mesmo!

- Você teve muita sorte! Se o George não tivesse chegado a tempo, a essa hora você estaria morta também. Ele tinha ido te chamar pra te apresentar um amigo dele, quando, chegando perto do escritório, ouviu vozes alteradas e bateu na porta querendo saber o que tava acontecendo. Só que a porta tava trancada. Ele disse que quando você ouviu a voz dele correu pra abrir a porta desesperada, mas algo aconteceu e você não respondeu mais nada. Ele só se lembra de ter ouvido um grito seu. Foi nessa hora que ele forçou e arrombou a porta. Encontrou você desmaiada e o corpo do Sr. Jordson estirado no tapete todo manchado de sangue. O Sr. Jordson levou dois tiros: um na perna e outro no peito. E você, tudo indica que levou uma pancada forte na cabeça.

- Mas ninguém ouviu o barulho dos tiros?

- Não! O delegado acredita que a arma do crime tinha silenciador.

- E o assassino? Não conseguiram pegar ele?

- Não! Na hora que o George foi chamar você, o bandido deve ter se assustado e fugido pela janela do escritório.

Apesar de ter vivenciado toda aquela cena, Rebecca não se lembrava de absolutamente nada do que presenciara na noite anterior. Era como se aquela situação realmente não tivesse acontecido com ela. Quando tentava se lembrar, só lhe apareciam visões de vultos irreconhecíveis dentro do turbilhão de seus pensamentos. Ela sabia quem era o assassino do Sr. Jordson, mas era uma informação que naquele momento nem ela mesma tinha acesso. Era preciso encontrar o caminho dentro de seu inconsciente que a levaria à identidade do criminoso.

domingo, 27 de setembro de 2009

Eu sei...
Errei!
E o tempo que não pede licença para passar
Não me deixa esquecer o passado e tentar recomeçar
Como se o derradeiro dia nunca tivesse amanhecido

Era o meu intento a fortaleza
E que eu pudesse extirpar de meu âmago
A sensação lastimosa da ausência
Da tua ausência...

Eu sei...
É difícil!
Esquecer que se amou
Que se ama...

Porque tu és presença constante em meus acessos de nostalgia
Porque tu és parte integrante
Que sem, eu nada seria

Por isso, perdoe-me
Não me condenes por ter sido tão cretino
Por isso, ama-me
Pois só o teu amor é capaz de me salvar de mim mesmo
Não existem palavras suficientes
Para descrever a tua beleza
Do teu amor sou dependente
E indefeso como uma presa

É um sentimento indescritível
Sem medida e sem fim
Esquecer você é impossível
Porque você já existe dentro de mim
O que é o Amor?
Eu não sei dizer
Palavras não são capazes de responder
O que é Amar?
Só sabe quem sentiu o Amor
Palavras não são capazes de explicar.

O que sinto por ti?
Eu não sei como definir
Palavras não são capazes de traduzir
O que sinto por você?
É tão difícil de entender
Nem mesmo as palavras são capazes de descrever.

A Busca

A Busca
Se procuro algo e não encontro
Talvez não esteja procurando direito
Pois todas as coisas estão em seu devido lugar
O que procuro, então, tem que estar lá.

Se procuro e não encontro
Será que o procuro realmente existe
Ou é algo que eu, sem querer, inventei?
Só para que essa busca fosse sem fim...

Mas por que procuro?
Se não encontro, por que ainda assim procuro?
Deve ser porque a busca é que me move adiante
E se desisto de procurar
Não há mais razão de ser
Não há mais porque querer
Algo que se acreditaria impossível de se encontrar.